A urina humana poderia ser "ouro líquido" para horticultores? Um novo teste está examinando se o "número um" pode ser uma fonte barata e sustentável de fertilizante para plantas e gramados nos parques urbanos da Austrália.
Parque de Observatory Hill, em Sydney, na Austrália — Foto: James D. Morgan / Getty Images
O estudo, da Griffith University, quer descobrir se os "banheiros de separação de urina" que estão sendo testados em Brisbane e Sydney podem impedir que excreções valiosas de potássio, fósforo e nitrogênio desapareçam.
"É o ouro líquido perfeito e atualmente nós o jogamos no vaso sanitário", disse a professora associada Cara Beal, do Instituto de Pesquisa de Cidades da Universidade Griffith, ao The Guardian.
A pesquisadora afirmou que o projeto vai investigar diferentes opções de banheiros e incorporar novas tecnologias desenvolvidas por um engenheiro químico da Universidade de Melbourne.
Em sua forma mais pura, ela explica, a urina humana pode ser estéril, mas a realidade é que também pode conter substâncias indesejáveis, como patógenos, hormônios e antibióticos que precisam ser processados.
"Mas o bom é o nitrogênio, fósforo e potássio, que as plantas adoram. A tecnologia é importante, mas essa não é a barreira para fechar esse ciclo de nutrientes e reutilizar nosso recurso mais precioso que geramos”, disse Beal ao Guardian.
"Nós temos a tecnologia. A questão é analisar as aprovações regulatórias e fazer com que nossos departamentos de Saúde e Planejamento entendam isso", completou.
Tecnologia separa os elementos valiosos
O teste faz parte de uma iniciativa conhecida como Nutrients in a Circular Economy, liderada pela University of Technology Sydney com outras universidades, como Griffith, e parceiros comerciais e governamentais.
Combater o "fator eca" instintivo da comunidade também faria parte dos estudos sociais a serem realizados no julgamento, afirmam os pesquisadores.
O teste usará a tecnologia que está sendo desenvolvida por Stefano Freguia, engenheiro químico da Universidade de Melbourne, que projetou um sistema de autoalimentação usando cargas elétricas e membranas para separar os elementos valiosos da urina.
Ele explica que o fertilizante líquido produzido pela tecnologia – que pode ser tão pequeno quanto um cubo de 20 cm, dependendo do volume necessário – tem cheiro de amônia, “que não é tão ruim para o nariz” quanto a urina humana.
Com informação do Um so planeta
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