O Super Bowl, maior espetáculo esportivo dos Estados Unidos (EUA), teve nos seus tradicionais comerciais carros elétricos, num sinal que os americanos estão entrando “para valer" na disputa de vendas com Europa e China, hoje os maiores jogadores deste campo da indústria.
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A média de preços dos anúncios do Super Bowl deste ano custou um recorde de US$ 6,5 milhões por 30 segundos, segundo o portal Vox.
Sendo um investimento pesadíssimo, é sintomático que a General Motors, BMW, Kia e Polestar investiram em anúncios com carros e SUVs elétricos. A Nissan, uma das poucas empresas de automóveis que optou por não anunciar apenas elétricos, deu ao seu “e-SUV” Ariya uma breve aparição.
Celebridades e carros esportivos
Ao invés de falar da mudança climática, os anúncios do Super Bowl deste ano apostaram na estratégia tradicional de marketing de massa, usando celebridades e carros esportivos.
A GM promoveu retorno do personagem de Austin Powers, Dr. Evil, (interpretado por Mike Myers) tentando dominar o mundo – com um carro elétrico. A montadora já havia apostado na mesma linha de carros há um ano, com Will Ferrell indignado com o fato de a Noruega estar batendo os EUA nas vendas de veículos elétricos.
O anúncio representou na época uma mudança de curso da companhia, após tentativas de enfraquecer os regulamentos climáticos para carros na era Trump.
No seu anúncio do Super Bowl deste ano, a BMW recrutou o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger para estrelar seu anúncio como um Zeus que “já passou de seu auge”, cuja Hera, interpretada por Salma Hayek apresenta um modelo elétrico iX 2022.
A noite ainda teve a nova empresa Polestar anunciando o seu modelo Polestar 2, e a Kia apresentando o novo modelo EV6 com um cachorrinho-robô como garoto-propaganda.
Apesar de não estar no Super Bowl deste ano, a Hyundai fez uma grande campanha publicitária nos EUA para o Ioniq 5 EV durante os playoffs da NFL.
Transição para o elétrico
“Estamos nos estágios iniciais da maior transição na indústria automobilística desde que o carro foi inventado”, disse ao Vox Nick Nigro, chefe do grupo de pesquisa Atlas Public Policy.
“A transição para o elétrico vai transformar todas as facetas, todos os aspectos da construção e fabricação de veículos, e esse é um mercado de vários trilhões de dólares”.
A meta do governo Joe Biden é alcançar metade de todas as vendas de carros novos nos EUA com híbridos, elétricos ou movidos a hidrogênio até 2030.
“O que os anúncios podem fazer agora” é ajudar os veículos elétricos a se tornarem populares, afirma Britta Gross, diretora administrativa do think tank de energia RMI, que trabalhou na estratégia de veículos elétricos na General Motors.
“As montadoras não controlam a demanda, mas podem trabalhar para construí-la”, acrescentou a executiva.
Com informação do Um só planeta
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