Foto: Arquivo
“Dez dias fazendo 40° C, os outros trinta dias fazendo 35°C e quarenta e dois dias sem chuva, sem uma gota d’água. É uma condição muito severa mesmo, como a gente nunca viveu em anos anteriores”, relata o produtor de café Pedro Berengan.
A plantação dele fica em Cerqueira César (SP), um lugar onde décadas atrás o problema eram fortes geadas.
As ondas de calor e a seca histórica criaram uma nova realidade para quem cultiva o grão no Brasil: pragas e doenças fora de controle, meses sem chuva e lavouras inteiras sendo perdidas.
O resultado é uma produção menor, o aumento nos preços e mesmo a qualidade do grão pode ficar comprometida. Estudos apontam que Minas Gerais e São Paulo, que estão entre os pólos do café no país, correm risco de perderem protagonismo.
Neste sábado (21), a série "PF: prato do futuro" mostrou como Berengan e outros produtores tentam combater os efeitos de um planeta mais quente recorrendo à técnica de plantar café sob a sombra de árvores, em vez de a pleno sol.
Vai ter café para todo mundo? Entenda como calor extremo eleva preço e baixa quantidade e qualidade do grão
Produtores sofrem após meses sem chuva, temperaturas mais altas e mais pragas e doenças. Com aquecimento global, colheitas podem se tornar menores nesses estados.
“Dez dias fazendo 40° C, os outros trinta dias fazendo 35°C e quarenta e dois dias sem chuva, sem uma gota d’água. É uma condição muito severa mesmo, como a gente nunca viveu em anos anteriores”, relata o produtor de café Pedro Berengan.
A plantação dele fica em Cerqueira César (SP), um lugar onde décadas atrás o problema eram fortes geadas.
As ondas de calor e a seca histórica criaram uma nova realidade para quem cultiva o grão no Brasil: pragas e doenças fora de controle, meses sem chuva e lavouras inteiras sendo perdidas
O resultado é uma produção menor, o aumento nos preços e mesmo a qualidade do grão pode ficar comprometida. Estudos apontam que Minas Gerais e São Paulo, que estão entre os pólos do café no país, correm risco de perderem protagonismo.
Neste sábado (21), a série "PF: prato do futuro" mostrou como Berengan e outros produtores tentam combater os efeitos de um planeta mais quente recorrendo à técnica de plantar café sob a sombra de árvores, em vez de a pleno sol. Assista abaixo.
Cafezinho em risco: como sombra de árvores pode ser solução para aumento da temperatura
Dias quentes estão mais frequentes
O café, assim como a laranja, está entre os alimentos que correm mais risco com o planeta ficando mais quente. Isso porque eles são uma agricultura perene, como se chama a categoria dos cultivos em que só é preciso plantar uma vez e a árvore dará frutos todos os anos.
O momento mais crítico para essas culturas é o da florada, que, no caso do café, costuma acontecer entre setembro e novembro.
Nessa época, o calor e a seca podem acabar causando o aborto floral, que é quando as flores não geram os frutos.
Comparada com os níveis pré-industriais, a temperatura do planeta já subiu cerca de 1°C, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).
A previsão é de que, entre 2030 e 2050, o aquecimento será de mais 1,5°C. Parece, pouco, mas não é. Para o café arábica, o mais produzido no Brasil, que aguenta uma temperatura entre 18°C e 22°C, o impacto pode ser devastador.
Os impactos já estão aparecendo. No início da atual safra, a expectativa era de um novo crescimento na colheita do café. Mas as estiagens, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos, reduziram a produtividade nacional em 1,9% na comparação com 2023, aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
E as consequências vão além do café, considerando a importância do Brasil no setor, que gera empregos, influencia a economia e dá oportunidades para pequenas empresas.
*Fonte: G1
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