A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (1º) a médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista, que defende o chamado "tratamento precoce" para a Covid-19.
No depoimento, a médica contradisse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, ao dizer que não sugeriu a alteração na bula da cloroquina -- medicamento sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus.
“Bolsonaro nunca me convidou para ser ministra da Saúde”
Ainda durante a oitiva, Nise disse que nunca foi convidada para assumir o Ministério da Saúde, afirmou que um decreto que liberasse o medicamento "exporia" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), garantiu que não integra e nem tem conhecimento sobre um suposto "gabinete paralelo" que orienta o chefe do Executivo, ressaltou que a teoria da imunidade de rebanho era pertinente em junho de 2020 e defendeu a "integração de forças" em torno das próximas decisões que devem ser tomadas.
Em certo momento, o senador Otto Alencar (PSD-BA), médico de formação, fez uma série de questionamentos sobre infectologia -- ramo da medicina que estuda de doenças infecciosas -- e Yamaguchi não soube responder o parlamentar. Alencar, então, chegou a dizer que a médica "não sabe nada" sobre o assunto.
Médica diz não integrar e desconhecer existência de gabinete paralelo
Perguntada se fazia parte de um suposto gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre assuntos relacionados à pandemia à margem do Ministério da Saúde, Nise disse desconhecer a existência de tal estrutura.
"Eu desconheço um gabinete paralelo e muito menos que eu integre qualquer gabinete paralelo", afirmou.
"Eu sou uma colaboradora eventual e participo junto com os ministros de Saúde, deixei bem claro, como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde", completou.
Ela disse ainda que nunca levou para essas reuniões com Bolsonaro sua defesa de tese da imunidade de rebanho.
"Não, nunca discuti imunidade de rebanho com ele. Na realidade, tive poucos encontros. O que eu tenho são posições públicas, que são bastante detalhadas e muito bem estruturadas, baseadas na ciência daquele momento."
Com informação da CNN Brasil
Fotos: Divulgação
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