Na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, a COP26, no Espaço Brasil, teve sessões para dar protagonismo aos agentes que implementam políticas ambientais na maior floresta tropical do mundo.
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Ao todo, foram sete sessões, com tempo médio de 45 minutos, para abordar temas como ilícitos ambientais, iniciativas dos estados, carbono florestal, políticas públicas para áreas protegidas e liderança da mulher indígena na gestão comunitária.
Além do Amazonas, representantes dos nove estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal discursaram e compartilharam experiências.
O titular da pasta de meio ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, participou do painel “Amazônia Real”. Em sua fala, o secretário de Estado destacou a importância de uma coalizão global pela conservação da Amazônia.
Combate aos ilícitos ambientais
Na sessão “Desafios e oportunidades para o combate aos ilícitos ambientais”, o secretário destacou que é necessário que os países ricos reconheçam a sua responsabilidade pelas escolhas que fizeram no passado e os caminhos que os levaram à tragédia ambiental que vivemos: as mudanças climáticas.
A expectativa expressada na fala do secretário é que estes países possam escolher apoiar iniciativas que resolvam não só questões ambientais, mas que ajudem no desenvolvimento social de países mais pobres.
Durante o painel, o secretário destacou que, no Amazonas, mais de 50% da população está na linha da pobreza, e 25% está abaixo da linha da pobreza. Soluções para as mudanças do clima devem incluir políticas públicas para o desenvolvimento social, segundo conta.
“Mesmo com toda a pressão enfrentada na região, o Amazonas ainda mantém 97% da sua cobertura vegetal conservada”, disse. “Nosso desafio é encontrar caminhos para conter o desmatamento e favorecer atividades econômicas de baixo impacto, que possam resolver o problema da pobreza”, apontou.
Pagamento por serviços ambientais
Na sessão “Floresta+ e suas modalidades”, o secretário Eduardo Taveira destrinchou o Programa Bolsa Floresta+, vinculado ao Programa Floresta+, do Governo Federal. Trata-se de um programa de pagamento de serviços ambientais que será reformulado com foco no mercado de carbono.
O programa terá como base a regulamentação do sistema estadual de REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), que está sendo criada, e as ações federais de REDD em escala nacional.
O objetivo é fazer com que o financiamento vindo do mercado de carbono possa ser um instrumento para pagar diretamente as comunidades, para que estas possam desenvolver cadeias bioprodutivas.
Unidades de Conservação
O representante do Amazonas compartilhou ainda as ações que estão sendo executadas nas Unidades de Conservação (UC) estaduais com apoio dos Programas Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes-ASL) e Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), na sessão “ASL – Fortalecimento de políticas públicas e consolidação das áreas protegidas na Amazônia”.
O secretário destacou ainda uma das principais atividades produtivas que estão sendo utilizadas para conservar áreas protegidas: o ordenamento pesqueiro. Na atual gestão, o Amazonas já regulamentou cinco acordos de pesca e tem nove em processo de construção, atendendo as principais calhas dos rios.
O modelo de gestão participativa das UC nos acordos de pesca deverá ser estendido também para elaboração de acordos produtivos para outras cadeias, como a do açaí e da castanha.
Agenda
Nos próximos dias, as agendas principais vão girar em torno do mercado de carbono voluntário. O secretário participa, no sábado (06/11), de uma reunião sobre os próximos passos do Leaf, junto à Emergent, entidade americana sem fins lucrativos que coordena administrativamente a coalizão.
Mais tarde, no mesmo dia, eles seguem para reuniões bilaterais com empresas participantes da coalizão, a fim de estruturar os primeiros acordos de venda de créditos de carbono.
No domingo (07/11), o Amazonas participa da Assembleia Geral da Coalizão Under 2, por meio da qual o Estado construiu sua trajetória de descarbonização e passou a integrar, neste ano, a Race to Zero. Na ocasião serão construídas mesas de negociação com estados, que deverão apresentar seus compromissos a doadores.
Na segunda-feira (08/11), o Estado volta a dialogar sobre o Leaf, desta vez, junto de representantes do ART-TRESS, programa autônomo e independente que desenvolve e administra procedimentos para creditar reduções de emissões de grandes programas nacionais ou subnacionais de REDD+, e que pode garantir a captação de até 10 dólares por tonelada de carbono que deixar de ser emitida.
Com informaçãomda Agência Amazonas
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