O fotojornalismo brasileiro é reconhecido mundialmente. O fotógrafo Lalo de Almeida acaba de ganhar o Word Press Photo, considerado o “Oscar da fotografia”. É o segundo ano consecutivo que ele vence a competição. Em 2021, seu trabalho premiado foi sobre o Pantanal e neste ano sobre a Amazônia.
Foto: Lalo de Almeida
O brasileiro Lalo de Almeida conquistou o primeiro lugar na categoria Projetos de Longo Prazo com o trabalho intitulado “Distopia Amazônica”. Ou seja, trata-se não apenas de uma imagem premiada e sim de uma série de fotos que conta os acontecimentos dos últimos anos na Amazônia. Desmatamento, garimpo ilegal, povos indígenas e comunidades quilombolas estão entre os temas abordados nas imagens.
“O projeto retrata a realidade social, política e ambiental do Brasil sob a presidência de Bolsonaro. A linguagem visual de causa e efeito é bem equilibrada. Cada imagem é intencional e impactante, contribuindo para uma coleção de testemunhos que expõem os efeitos multifacetados da destruição de terras e pilhagem de recursos naturais, vivenciados pelas comunidades brasileiras”, afirmou o júri do concurso.
Amazônia sob Bolsonaro
Fotógrafo da Folha de S. Paulo, as imagens vencedores foram publicadas no jornal dentro da série de reportagens “Amazônia sob Bolsonaro”. Abaixo, confira algumas das fotos premiadas:
Foto: Lalo de Almeida
Na foto acima, Jasson Oliveira do Nascimento, morador da Reserva Extrativista Arapixi, usa uma motosserra para abrir caminho para sua canoa. Ele vai recolher castanha-do-pará. A reserva foi criada em 2006 como área protegida, mas aberta para uso sustentável de seus recursos naturais, visando assim preservar a vida e a cultura da população local.
Foto: Lalo de Almeida
Na foto acima, mulheres caminham com suas crianças em uma rua em Atalaia do Norte, no Vale do Javari. A região possui grande número de diferentes comunidades indígenas, incluindo isolados e grupos não contatados. A cidade é um ponto de saúde, educação e prestação de serviços para o entorno e é frequentado por pessoas que moram na Terra Indígena Vale do Javari.
Também possui muitos igrejas e missões. Povos indígenas e organizações temem, aliás, que possam ser violados seus direitos de manter seu patrimônio cultural e suas práticas sagradas.
Os grupos missionários já foram acusados de espalhar doenças entre grupos isolados e promover conflito social, uma vez que mantêm o discurso que as danças e crenças dos povos indígenas são “do mal”.
Com informação do Ciclovivo
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