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Brasil piora em ranking de combate à corrupção na América Latina



Brasil piora em ranking de combate à corrupção na América Latina

14/06/2021




O Brasil caiu para 6º no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), ranking que mede a capacidade dos países latino-americanos de detectar, punir e prevenir a corrupção.

 

 

Segundo o estudo, na categoria "capacidade legal" o Brasil "teve declínios na independência de suas agências anticorrupção e do Ministério Público

 

 

 

O levantamento é feito pela Americas Society/Council of the Americas e pela Control Risks, que avaliam e classificam os países com base na eficácia com que podem combater a corrupção.

 

 

Cinco dos 15 países analisados registraram quedas significativas em suas pontuações. Entre as maiores baixas estão os dois maiores países e as duas maiores economias da América Latina: Brasil e México.

 

 

O Brasil foi o país com a maior queda na pontuação, e sua nota regrediu de 5,52 para 5,07. Em 2019, o Brasil era o 2º do ranking.

 

 

Pelo 2º ano seguido, o Uruguai foi o país com a pontuação mais alta no Índice CCC (7,80 pontos em uma escala que vai de 0 a 10). A Venezuela ficou com a pior nota das 15 nações analisadas (1,40).

 

 

 

Atores corruptos processados e punidos

 

As entidades dizem que "os países com uma pontuação mais alta são considerados mais propensos a ver atores corruptos processados e punidos" — e, na outra ponta, "uma continuação da impunidade é mais provável em países no extremo inferior da escala".

 

 

Segundo o estudo, "a luta contra a corrupção na América Latina sofreu uma nova onda de retrocessos no ano passado" (e a pandemia foi um dos motivos que contribuiu para isso).

 

 

"Em vários países, a pandemia da Covid-19 levou governos e cidadãos a focar em outras prioridades urgentes, o que deu espaço para que políticos diminuíssem a autonomia e os recursos de órgãos judiciais sem desencadear indignação da opinião pública ou manifestações de rua como as testemunhadas em anos anteriores", diz o documento.

 

 

Veja o ranking:

 

*Uruguai (7,80)

*Chile (6,51)

*Costa Rica (6,45)

*Peru (5,66)

*Argentina (5,16)

*Brasil (5,07)

*Colômbia (4,81)

*Equador (4,77)

*Panamá (4,55)

*República Dominicana (4,38)

*México (4,25)

*Paraguai (4,08)

*Guatemala (3,84)

*Bolívia (2,43)

*Venezuela (1,40)

 

 

 

Os problemas do Brasil

 

O Índice CCC é dividido em três categorias: capacidade legal; democracia e instituições políticas; e sociedade civil e mídia. São analisadas 14 variáveis, incluindo a independência das instituições jurídicas e a quantidade de recursos disponíveis para combater crimes de colarinho branco.

 

 

O Brasil teve a maior queda na nota entre os 15 países analisados, que representam quase 95% do PIB da América Latina. A pior nota do país é na categoria "democracia e instituições políticas" (4,16) e a melhor, em "sociedade civil e mídia" (6,34).

 

 

Segundo o estudo, na categoria "capacidade legal" o Brasil "teve declínios na independência de suas agências anticorrupção e do Ministério Público". "O índice reflete a nomeação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro de pessoas percebidas como menos independentes para o comando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal".

 

 

Corrupção transnacional

 

O documento aponta ainda que "as investigações sobre corrupção transnacional também perderam ímpeto, e a operação Lava Jato foi desmantelada em fevereiro de 2021". "A única melhora na capacidade legal do Brasil foi um ligeiro aumento da independência judicial, graças a iniciativas recentes para reforçar a separação entre poderes", diz o estudo.

 

 

Na categoria "democracia e instituições políticas", o relatório diz que "o capital político de Bolsonaro diminuiu durante a pandemia, levando seus aliados a recorrerem à política de troca de favores, negociação de cargos e uso de fundos públicos para conseguir apoio no Congresso".

 

 

Por fim, o documento aponta que "níveis elevados de polarização política também reduziram a capacidade de mobilização dos grupos da sociedade civil". "Em parte, isso reflete uma leve redução na categoria sociedade civil e mídia".

 

 

Áreas críticas

 

Em "áreas críticas a serem monitoradas", o estudo aponta que "os líderes do Ministério Público Federal e da Polícia Federal indicados pelo governo podem continuar a enfrentar pressões para proteger o presidente e seu círculo íntimo de investigações de corrupção".

 

 

"Bolsonaro nomeará um segundo juiz para o Supremo Tribunal Federal em meados de 2021, um indicador-chave de quanto o governo planeja aumentar sua influência sobre o judiciário", diz o documento.

 

 

O relatório aponta também as "decisões judiciais recentes beneficiaram réus importantes na investigação Lava Jato, incluindo, mas não apenas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva". "Essas decisões podem afetar outros réus, anulando ou invalidando decisões de processos da Lava Jato adjudicados desde 2014".

 

 

 

Com informações da G1

Fotos: divulgação

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