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BC sobe Selic aos 3,50% ao ano, maior patamar desde maio de 2020



BC sobe Selic aos 3,50% ao ano, maior patamar desde maio de 2020

05/05/2021




O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu hoje, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 3,50% ao ano — o maior patamar registrado desde maio do ano passado, quando a Selic estava em 3,75% ao ano.

 

O BC também deixou em aberto a possibilidade de um novo aumento da mesma magnitude na próxima reunião, marcada para daqui 45 dias. Se a previsão se cumprir, os juros saltarão para 4,25% ao ano, mesmo percentual vigente em março do ano passado

 

 

 

Para a tomada de decisão, o Copom considerou os novos estímulos fiscais adotados por alguns países desenvolvidos, que, somados ao avanço da vacinação, "devem promover uma recuperação mais robusta da atividade ao longo do ano".

 

O comitê destacou, contudo, que questionamentos a respeito de riscos inflacionários nessas economias podem ser desafiadores para países emergentes, como o Brasil. Ele também reforçou a importância das reformas estruturais, como a tributária, para viabilizar a recuperação da economia no pós-pandemia.

 

 "O Copom reitera que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", diz a ata da reunião.

 

Segunda alta seguida

 

É a segunda reunião consecutiva em que o BC decide pela alta, e a medida já era esperada por analistas. Antes disso, os juros passaram sete meses — de agosto de 2020 a março de 2021 — em seu patamar mínimo histórico (2% ao ano), ainda na esteira das preocupações sobre os efeitos da pandemia no Brasil e no mundo. Foram quatro reuniões do Copom sem alterações na Selic até o aumento anunciado em março, para 2,75%.

 

Na ocasião, o Copom já havia sinalizado a possibilidade de uma nova alta da mesma magnitude na próxima reunião, o que acabou se cumprindo.

 

Juros x inflação

 

Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou tentar estimular a economia. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

 

A meta de 2021 é manter a inflação em 3,75%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, ou seja: pode variar entre 2,25% e 5,25%. No ano passado, a inflação fechou em 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%) e acima do centro da meta do governo para 2020 (4%).

 

O índice de março deste ano, o último divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ficou em 0,93%, a maior alta para o mês desde 2015 (1,32%). Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 6,10%.

 

Consumidor paga mais...

 

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos por ela corrigidos. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.

 

Poupança ainda rende menos

 

Com os juros baixos, a poupança rende menos devido a uma regra criada em 2012. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial). Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR.

 

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro — ontem —, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

 

 

Com informação da Agência Brasil

Fotos: Divulgação

 

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