O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (21), por manter a taxa Selic em 13,75%. Com isso, a autoridade interrompe um ciclo de 12 altas seguidas na taxa básica de juros, iniciado em março do ano passado.
A decisão da autoridade monetária veio em linha com a expectativa de uma parte dos analistas. O mercado estava dividido entre uma manutenção da taxa em 13,75% e uma alta residual de 25 pontos-base. Não foi uma decisão unânime: dois membros do comitê votaram a favor de uma elevação da taxa para 14% ao ano.
Desde a última reunião, no início de agosto, o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) registrou dois meses seguidos de deflação.
O índice recuou sob influência da redução de impostos sobre energia, combustíveis e serviços de telecomunicações. A Petrobras vem anunciando sucessivas reduções nos preços da gasolina e do diesel.
No entanto, a autoridade monetária afirmou, em comunicado, que “a inflação ao consumidor, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos de medidas tributárias, continua elevada”. As medidas de inflação subjacente continuam acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.
“O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários”, disse o comunicado do Copom.
Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, o Copom destacauma maior persistência das pressões inflacionárias globais e incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais.
No texto, o Copom não sinaliza quando deve começar a baixar os juros. “O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, afirmou.
No entanto, o BC enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que o Copom não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
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