Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na tarde deste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo. Vestindo camisetas amarelas, portando bandeiras do Brasil e de Israel, eles chegaram ao encontro em ônibus com placas do interior de São Paulo e de outros estados.
O ex-presidente, que está inelegível até 2030 por abuso de poder econômico pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criticou as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu anistia àqueles que foram condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Ele chamou os condenados de “aliados”.
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo STF sobre o ataque de 8 de janeiro de 2023 à sede dos Três Poderes em Brasília - com tentativa de abolição do estado democrático de direito e de golpe de Estado.
Em seu discurso, Bolsonaro admitiu a existência de uma minuta de texto que previa decretação de estado de sítio, prisão de parlamentares e ministros do STF e dava sustentação a um suposto golpe de Estado. Mas criticou as apurações criminais da PF sobre essa minuta.
Apoio de governadores
Ao menos quatro governadores marcam presença no ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (25/2). Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, estão entre a multidão de bolsonaristas que se manifestam na principal avenida da capital paulista, convocados pelo próprio ex-presidente.
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) também está presente, além de várias deputados distritais: o líder da bancada o PL na Câmara Legislativa, Joaquim Roriz Neto; Thiago Manzoni (PL); Iolando Almeida (MDB); Paula Belmonte (Cidadania); Pastor Daniel de Castro (PP); e Roosevelt Vilela (PL). Entre os deputados federais pelo DF, são presenças confirmadas Bia Kicis, presidente do PL no DF, e Alberto Fraga (PL).
Convocação para demonstrar força política
Bolsonaro convocou o ato há pouco mais de 10 dias, em vídeo publicado nas redes sociais, em que define o evento como um "ato pacífico em defesa do Estado Democrático de Direito". O ex-presidente pediu que os militantes vistam verde e amarelo, mas que não levem faixas com críticas a ninguém.
O ato ocorre em meio a investigações que ameaçam o político, que está inelegível, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada pela Polícia Federal quatro dias antes da convocação e investiga organização criminosa que atuou na tentativa de efetuar um golpe de Estado.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.
Além de Bolsonaro (PL), são alvos da operação o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto; o general Augusto Heleno; os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, e diversos militares e aliados políticos do ex-presidente da República. Em depoimento na última semana, na Polícia Federal em Brasília, o ex-presidente se manteve em silêncio.
Como mostrou o Correio, em razão do cenário delicado, Bolsonaro foi orientado a evitar "radicalização" durante o ato e, portanto, a não atacar ministros do Supremo ou políticos da oposição. Na quinta-feira (22), após o depoimento à PF, o advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, afirmou que a expectativa para a manifestação era "a melhor possível”. "Bolsonaro terá uma grande oportunidade de fazer um balanço do seu governo, uma retrospectiva", disse.
Com informação do Correio Braziliense
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