Após sucessivos questionamentos ao sistema eleitoral, inclusive com perguntas fora do prazo, as Forças Armadas tiveram uma participação tímida na segunda rodada de testes conduzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para verificar a segurança das urnas eletrônicas.
O Teste de Confirmação foi concluído nesta sexta (13) e é a segunda etapa do chamado Teste Público de Segurança, evento realizado pelo TSE para verificar a segurança do sistema eleitoral por meio de ataques simulados.
No ano passado, das 29 tentativas de ataque, apenas 5 foram consideradas relevantes. Os planos foram repetidos ao longo desta semana com o objetivo de verificar se o TSE conseguiu blindar o sistema de votação.
Convidados
As Forças Armadas foram convidadas a participar do evento como integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral, mas só enviaram um representante na tarde desta sexta, último dia do evento.
O general Heber Garcia Portella, que representa os militares na comissão, esteve no Teste de Confirmação por cerca de 25 minutos.
O UOL apurou que ele falou pouco com os investigadores da Polícia Federal e deixou o local antes da conclusão do evento.
A reportagem questionou o Ministério da Defesa sobre a participação de Portella e aguarda resposta. O espaço segue aberto a manifestações. Ontem, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, disse a jornalistas que embora o convite tenha sido feito a todos os integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral, a escolha de participação era uma "deliberação facultativa" de cada órgão e entidade.
"Todos os integrantes do importante Comissão de Transparência Eleitoral e do Observatório de Transparência Eleitoral foram convidados para estarem aqui presentes, e todos são bem-vindos neste e em todos os outros processos. Portanto, a deliberação de estar presente é uma deliberação facultativa e este tribunal sempre estará de portas abertas para receber, no exercício de suas funções, os integrantes da Função de transparência eleitoral", disse Edson Fachin, presidente do TSE
No primeiro dia do teste o advogado eleitoral de Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio Vieira acompanhou a abertura do evento.
Tensão com militares
Normalmente um evento sem muita atenção, os testes de segurança das urnas ganharam nova dimensão após os sucessivos ataques de Bolsonaro às urnas e os questionamentos das Forças Armadas ao processo eleitoral.
A tensão entre o TSE, o Planalto e a atuação das Forças Armadas levaram o ministro Edson Fachin ontem a declarar que as eleições são um tema das "forças desarmadas".
"Quem trata de eleições são as forças desarmadas. Portanto, as eleições dizem respeito à população que, de maneira livre e consciente, escolhe seus representantes. Diálogo, sim. Colaboração, sim. Mas na Justiça Eleitoral, quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral", disse Edson Fachin, presidente do TSE
A escalada também levou todos os ministros do TSE a participarem do evento, algo incomum na Corte. Ao deixar o teste, Fachin disse aos colegas que havia subido o tom "um pouco", mas era "necessário".
Bolsonaro reagiu e disse em live ontem que a declaração de Fachin era "descortês" e que as Forças Armadas não estavam "se metendo nas eleições, mas sim foram convidadas".
"Ministro, por favor, não se refira dessa forma às Forças Armadas. Porque, como sou capitão do Exército, me coloco como militar. É uma forma bastante descortês de tratar uma instituição que presta, em várias áreas excelentes serviços ao Brasil", disse Bolsonaro.
Com informação da VOL
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