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A Seca afeta a disponibilidade de peixe fresco em Manaus



A Seca afeta a disponibilidade de peixe fresco em Manaus

27/10/2023




A estiagem severa que atinge a região amazônica afetou diversos trabalhadores e fez alguns alimentos aumentarem de preço, como os peixes. Nas feiras de Manaus, essa realidade começou a ser sentida desde o início do mês e, agora, que o Rio Negro está na marca histórica de 12,70m e os outros rios pesqueiros continuam em ritmo de vazante, a situação não oferece melhor perspectiva.

 

 

Os feirantes vendem sardinha, o pacu e o jaraqui. Foto-Thais-Matos

 

Os feirantes da Manaus Moderna e Panair contam que vendem mais congelados, aqueles que já estavam reservados, antes da grande seca, pois peixes frescos têm aparecido bem pouco.

 

 

“A gente espera que possa encher mais um pouquinho para aparecer mais peixes e a gente possa trabalhar com peixes frescos. A procura é grande e aqui estamos trabalhando com congelados, nós temos nosso próprio frigorífico e agora estamos usando os que já tínhamos de reserva”, explicou o feirante Brian Breves.

 

 

“Os peixes continuam o mesmo preço porque ainda não apareceu peixe na beira e os que aparecem é pequeno e pouco. Jaraqui, sardinha e pacu tem sido as espécies mais difíceis de se pescar”, completou Brian.

 

 

O comerciante Ney está na expectativa de que o rio suba para não faltar os peixes “miúdos”, que são os mais procurados pela clientela.

 

 

“Se continuar sumindo (a água) vai aumentar ainda mais os preços. As pessoas procuram muito os peixes miúdos e eu espero que não falte porque se não fica difícil de trabalhar, espero que suba (o rio) para ter mais peixe”, disse Ney.

 

 

O feirante João Ferreira que vende, em sua maioria, peixes pequenos, lamenta não conseguir vender peixes mais frescos.

 

 

“A gente tem pegado de colegas que têm armazenado, que têm frigorifico, é o que tem salvado, porque os fresquinhos mesmo não está tendo. O peixe estando muito caro fica difícil de vender, às vezes, a gente não consegue nem oferecer uma promoção pro cliente, então estamos fazendo o que podemos”, finalizou.

 

 

Seu João trabalha há 26 anos na feira e antes disso era pescador. Ele relata que de todos esses tempos de feira e pesca essa tem sido a pior situação que ele já presenciou de seca do rio.

 

 

Fepesca mobiliza autoridades federais

 

O presidente da Federação dos Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca), Walzenir Falcão, contou que devido a seca o pescador acaba tendo mais prejuízos do que retorno.

 

 

“O pescador não consegue fazer sua pescaria com sucesso e acaba voltando para sua casa com mais despesas, já que ele levou o gelo, o óleo diesel, mantimentos para a alimentação da tripulação e não consegue ter um retorno. Nós estamos com dificuldades de navegação pois o rio está raso”, explicou.

 

 

Ele está apreensivo, pois acredita que a tendência é pouca produção e, consequentemente, venda mais cara de peixes das mais variadas espécies. “Ai vem a lei da oferta e da procura, com pouca produção tende aumento de preço na venda para o consumidor”.

 

 

O presidente da federação relatou que um encontro estadual com todas as colônias de pescadores do Estado foi realizado no mês passado e que diversos problemas foram identificados.

 

 

“Nós identificamos que a situação é muito grave. A tendência é continuar com uma situação de pouca produção em vista da mortalidade das espécies nos lagos e rios da região. Nós fomos a Brasília, semana passada, falamos com o ministro da Pesca André de Paula, com representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Previdência social, Caixa Econômica Federal, alguns deputados federais e senadores e ficou acertado que o governo irá editar uma Medida Provisória para pagar dois salários-mínimos a cada pescador e pescadora, estamos aguardando a publicação dessa providência”, pontuou Falcão.

 

 

Pescadores pedem prorrogação da pesca do pirarucu

 

Devido à seca extrema da região, pescadores do Coletivo Pirarucu enviaram uma nota técnica ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pedindo a prorrogação do período de pesca do pirarucu. Em anos normais, o período de pesca começa dia 1º de junho e vai até 30 de novembro; agora, o coletivo quer prorrogação para 20 de dezembro.

 

 

A assessoria do Coletivo Pirarucu informou que o Ibama ainda não respondeu à nota, porém, eles se comprometeram em analisar o mais rápido possível. “Informalmente, sabemos que a superintendência do Ibama no Amazonas já analisou favorável a extensão do prazo, agora o documento está em Brasília. Acreditamos que até o final do mês teremos um posicionamento oficial”.

 

 

Com informação do Real Time

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