O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (1º) que vai retomar o diálogo com os Estados Unidos. Uma nova rodada de conversas está marcada para quarta-feira (3).
A tentativa de reaproximação com os Estados Unidos acontece em meio a sanções norte-americanas contra o setor petrolífero venezuelano. Além disso, o país tem eleições presidenciais marcadas para 28 de julho.
Em um programa de TV, Maduro disse que o diálogo será retomado para que se cumpra um acordo assinado com os Estados Unidos no Catar, em 2023.
O presidente venezuelano disse ainda que as conversas devem ser retomadas "com respeito e sem manipulações". Maduro defendeu que os diálogos sejam públicos e "sem especulações".
"Vamos debater e buscar novos acordos para que tudo seja cumprido, o que foi assinado no Catar. Quero diálogo, quero entendimento, quero futuro para nossas relações, quero mudanças, isso sim, sob a soberania absoluta e a independência", disse.
Maduro afirmou que a retomada das conversas atende a uma proposta feita pelos Estados Unidos, aceita pela Venezuela após "pensar durante dois meses".
Acordo
O acordo entre Venezuela e Estados Unidos abrange a troca de prisioneiros. Em dezembro de 2023, os Estados Unidos libertaram Alex Saab — um forte aliado de Maduro e apontado como "laranja" do presidente venezuelano.
Por outro lado, a Venezuela concordou em entregar aos Estados Unidos 28 réus, 10 americanos e 18 venezuelanos.
À época, paralelamente ao acordo mediado pelo Catar, o governo venezuelano e a oposição se reuniram para acertar as condições e a data das eleições presidenciais deste ano. Como recompensa, os Estados Unidos flexibilizaram o embargo petrolífero.
Em abril deste ano, os EUA recolocaram em vigor as sanções ao petróleo da Venezuela. O governo norte-americano considerou que o governo Maduro descumpriu o acordo ao inabilitar a líder da oposição, María Corina Machado, para as eleições.
Os Estados Unidos condicionaram a retirada das sanções à habilitação de todos os opositores de Maduro para as eleições. O governo da Venezuela considerou a ação como uma forma de "tutelagem".
Com informação da G1
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