08/10/2025

Foto: Tom Little / Reuters

Um trio de cientistas do Japão, Austrália e Estados Unidos ganhou o Prêmio Nobel de Química de 2025 nesta quarta-feira (8). A premiação foi concedida pela criação de um material inovador que funciona como uma "esponja molecular" e foi comparado pela própria Academia Sueca à "mala mágica da Hermione", do universo de Harry Potter.

Os pesquisadores Susumu Kitagawa (Japão), Richard Robson (Austrália) e Omar M. Yaghi (EUA) foram os responsáveis pelo desenvolvimento das chamadas estruturas metalorgânicas (MOFs, na sigla em inglês), que prometem revolucionar diversas áreas da ciência e da indústria.

Como funciona essa 'mágica'?

Imagine construir uma estrutura usando peças de metal como pilares e moléculas como conectores. O resultado é um cristal super poroso, cheio de cavidades internas. Esses espaços vazios funcionam como "quartos de hotel" para outras moléculas, como as de gases.

A comparação com a mala de Hermione, que guardava objetos muito maiores que seu tamanho, foi usada para explicar o incrível potencial do material. "Uma pequena quantidade desse material pode ser quase como a mala da Hermione em Harry Potter. Pode armazenar enormes quantidades de gás num volume minúsculo", explicou Heiner Linke, presidente do comitê do Nobel.

Aplicações que podem mudar o mundo

O potencial dessas "esponjas moleculares" é imenso. Elas podem ser projetadas para diversas finalidades, como:

• Combater o aquecimento global: Capturando dióxido de carbono (COâ‚‚) diretamente da atmosfera.
• Energia limpa: Armazenando hidrogênio para ser usado como combustível em carros não poluentes.
• Medicina: Liberando medicamentos de forma controlada diretamente nas células doentes.
• Purificação: Filtrando água ou ar de maneira muito mais eficiente.

Uma semana de ciência

O anúncio do Nobel de Química segue os de outras áreas. Na terça-feira (7), o prêmio de Física foi para cientistas norte-americanos por avanços na computação quântica. Já na segunda-feira (6), o Nobel de Medicina premiou pesquisadores dos EUA e do Japão por descobertas sobre o sistema imunológico.

*Fonte: Com informações da Reuters