EUA e Espanha negam envolvimento em suposta conspiração contra a Venezuela

 
EUA e Espanha negam envolvimento em suposta conspiração contra a Venezuela

16/09/2024



 

Foto: Divulgação

 

Neste domingo (15), os governos dos Estados Unidos e da Espanha negaram qualquer envolvimento em um alegado plano de desestabilização da Venezuela, após a prisão de 14 pessoas acusadas de conspirarem contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Entre os detidos estão três norte-americanos, dois espanhóis e um tcheco. A informação foi divulgada no sábado (14) pela televisão pública venezuelana, após o anúncio do ministro do Interior, Diosdado Cabello.

 

O Departamento de Estado dos EUA classificou as acusações como "categoricamente falsas". "Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA em uma conspiração para derrubar Maduro são falsas", afirmou o comunicado, reforçando o apoio dos EUA a uma "solução democrática para a crise na Venezuela".

 

Em resposta semelhante, o governo espanhol também rejeitou as alegações feitas por Caracas. "A Espanha nega qualquer envolvimento em uma operação de desestabilização na Venezuela", declarou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, ressaltando que os dois cidadãos espanhóis presos não têm vínculos com o Centro de Inteligência Nacional ou com qualquer organização estatal. A nota espanhola reforçou a defesa por "uma solução pacífica e democrática para a Venezuela".

 

Acusados de conspirar contra Maduro

 

Segundo o ministro Diosdado Cabello, os detidos teriam conexões com o Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha e estavam planejando adquirir armamento para promover crimes no país. "Dois cidadãos espanhóis foram presos em Puerto Ayacucho. Encontramos ligações em seus celulares com María Teresa Clavijo, líder do Vente Venezuela, associada aos comandos de oposição de María Corina Machado", disse Cabello.

 

O governo venezuelano também afirma que o grupo teria entrado no país com armas vindas dos Estados Unidos. "Apreendemos 400 fuzis e pistolas ligadas à oposição, parte do que foi capturado em operações de inteligência", declarou Cabello.

 

Tensão política e ameaças

 

As detenções ocorrem em meio à escalada da crise política na Venezuela, dias após Edmundo González, um dos principais opositores de Maduro, solicitar asilo político na Espanha. González contesta a reeleição de Maduro e está sob um mandado de prisão emitido pela Justiça venezuelana.

 

O clima de tensão se intensificou na última segunda-feira (9), quando o empresário norte-americano Erik Prince, conhecido por seu envolvimento com empresas de mercenários, fez ameaças ao governo de Maduro. Prince afirmou que uma ação seria realizada na Venezuela dentro de cinco dias e sugeriu que o governo dos EUA aumentasse a recompensa por Maduro para US$ 100 milhões, como apoio à "liberdade e eleições legítimas" no país.

 

*Com informações do Metrópoles e Estadão

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