China critica tarifaço de Trump ao Brasil e acusa EUA de coerção

 
China critica tarifaço de Trump ao Brasil e acusa EUA de coerção

11/07/2025



O Ministério das Relações Exteriores da China criticou nesta sexta-feira (11) a tarifa de importação de produtos brasileiros anunciada esta semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

"A igualdade de soberania e a não-intervenção em assuntos domésticos são princípios importantes da Carta da ONU e normas básicas nas relações internacionais", disse a porta-voz do minstério, Mao Ning, ao ser questionada por uma repórter sobre o que achava da tarifa de 50% a produtos brasileiros que entraram nos EUA anunciada por Trump.

 

O anúncio de Trump sobre o aumento da tarifa aos produtos brasileiros veio logo após o fim da cúpula do Brics, grupo do qual a China também faz parte, realizada na semana passada no Rio de Janeiro.

 

Dois dias antes, o presidente norte-americano também ameaçou os países do Brics com um novo tarifaço. O argumento do republicado foi o de que o grupo, segundo ele, estaria tentando enfraquecer os EUA e substituir o dólar como moeda padrão global.

 

Batalha comercial com a China


A China também travou uma batalha tarifária com os Estados Unidos no início do ano que terminou em uma luta de forças entre Pequim e Washington no quadro geopolítico mundial. Em abril, quando Trump anunciou aumento de tarifas a produtos de uma série de países, os produtos chineses receberam uma das taxas mais altas, de 34%.

 

Ao contrário da maioria dos governos, que costuraram acordos com Washington, Pequim retaliou, aumentando impostos a produtos dos EUA. Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, iniciaram então uma "batalha" de retaliações, com aumentos mútuos de tarifas que chegaram a 145% para produtos chineses que entram nos EUA e 125% para os bens norte-americanos importados pela China.

 

Em maio, após o governo chinês dar a última cartada na guerra tarifária, Washington propôs negociações, e os dois países chegaram a um acordo, reduzindo as tarifas para 30% no caso de produtos chineses nos EUA, e 10% para produtos norte-americanos na China.

 

Na quarta-feira (9), em anúncio que surpreendeu inclusive a Casa Branca, Trump publicou em suas redes sociais uma carta pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que anunciava uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos.

 

A nova taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

 

Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump citou Jair Bolsonaro (PL) e disse ser "uma vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Após o anúncio, o presidente Lula afirmou que o Brasil "não aceitará ser tutelado por ninguém" e que o aumento unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondido com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

 

O petista declarou ainda que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira.

 

Na carta pública, Donald Trump afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada "devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".

 

O petista declarou ainda que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira. Além disso, o governo brasileiro disse a representantes da embaixada dos EUA que irá devolver a carta de Trump. (leia mais abaixo)

 

No documento, o republicano afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada "devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".

 

Segundo o documento, a tarifa de 50% será aplicada sobre "todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA", independentemente das tarifas setoriais existentes. Produtos como o aço e o alumínio, por exemplo, já enfrentam tarifas de 50%, o que tem impactado diretamente a siderurgia brasileira.

 

*Fonte: g1 AM

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