A Argentina oficializou nesta segunda-feira (20) uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 108,7 bilhões) com os Estados Unidos, informou o banco central local. O empréstimo será feito por meio de um acordo de swap cambial, como parte de um plano para controlar a inflação e restaurar o crescimento econômico sustentável do país.
O anúncio ocorre em meio à desvalorização do peso argentino e a poucos dias das decisivas eleições legislativas do governo Milei, marcadas para 26 de outubro.
A Argentina tem buscado apoio dos Estados Unidos para conseguir estabilizar a sua economia. Isso porque além da inflação ainda elevada e da desvalorização da moeda, o país também enfrenta uma onda de fuga de capitais e uma baixa reserva de dólares.
Diferentemente do Brasil, a economia argentina é muito mais dependente do dólar. Décadas de crises econômicas, inflação alta e desvalorizações do peso levaram os argentinos a usar a moeda americana como forma de proteger suas economias e garantir estabilidade. Hoje, imóveis, carros e até serviços são negociados em dólar no país, e qualquer variação na cotação impacta diretamente os preços.
Os Estados Unidos também prometeram ao presidente argentino, Javier Milei, outros US$ 20 bilhões, em recursos públicos e privados, para enfrentar as turbulências do mercado — desde que ele alcance um bom resultado nas urnas. Ao todo, o socorro financeiro à Argentina soma US$ 40 bilhões (o equivalente a R$ 217,6 bilhões).
O presidente americano, Donald Trump, justificou o apoio à Argentina: “Eles não têm dinheiro (...), estão lutando para sobreviver”, declarou à imprensa no domingo.
Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo do presidente argentino tem sofrido impasses nos últimos meses.
Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos peronistas.
O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato.
*Fonte: G1 AM
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